Sem
nunca deixar de reconhecer a importância que o SMMP teve na afirmação da
magistratura do Ministério Público, sobretudo no afrontamento daqueles que
gostariam de o subjugar aos interesses políticos, acabando com a sua autonomia,
a verdade é que, uma ou outra vez, senti um certo desconforto com algumas
posições públicas que indicavam posicionamentos com marcada conotação politica.
Porém,
quando um dos últimos governos nos elegeu como inimigo, desacreditando a
Justiça e os magistrados, entendi que era fundamental esquecer o acessório e
concentrar-me no essencial, isto é, inscrever-me no Sindicato e dar força à
nossa razão.
Assim,
não posso dizer que integrar a direcção do SMMP algum dia tivesse estado nos
meus planos ou fizesse parte dos meus objectivos.
Mesmo
assim, confrontado com a surpresa do convite do Pina Martins não hesitei muito
tempo.
De
facto, se a afirmação da Magistratura do Ministério Público também pode passar
por um Sindicato livre, lutador e condensador do sentir da maioria dos seus
filiados, não poderia dizer não.
Trinta
anos depois, mesmo com os escolhos que quiseram entorpecedores, continuo a
sentir-me um privilegiado por integrar a Magistratura que escolhi. Tentarei, se
eleito, defender os valores que nos diferenciam, sobretudo afirmando a nossa
autonomia e com ela dar corpo ao desígnio constitucional de uma justiça ao
serviço dos cidadãos que nos cabe a nós, em primeira mão, representar.
José
Norberto Martins
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